segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O encontro de Davos e suas contradições, por Renato Rabelo




O atual sistema capitalista, em crise aguda desde o final de 2008, percorre verdadeiros “labirintos” na busca de saídas imediatas para sua reprodução. Uma superpotência global -- os Estados Unidos -- cada vez menos capaz de financiar este status e uma Ásia -- centrada na China -- que vai se conformando como o novo centro dinâmico da economia internacional: é neste quadro mundial que teve início a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e é sob essas características que as soluções encontradas neste encontro podem se assemelhar mais a exercícios de “enxugar gelo” do que em caminhos capazes de alterar o quadro econômico no mundo.

Os labirintos em que de meses em meses – e até de dias em dias – o sistema se depara podem ser sintetizados em alguns acontecimentos nada abstratos: recuperação lenta das economias norte-americana e européia, sem a contrapartida da geração de empregos; guerra comercial e cambial crescente entre as nações, com destaque para a impressão de mais de US$ 600 bilhões pelo Banco Central dos EUA, o Fed, com conseqüente aumento da liquidez global, diminuindo a competitividade de países como o Brasil, mas sem solucionar a essência do problema norte-americano. Por outro lado, a crise do euro pode descambar não para uma crise financeira qualquer e sim para uma crise de solvência monetária do próprio euro, colocando em questão as próprias fundações da Comunidade Econômica Européia.



A gasolina na fogueira da ordem econômica internacional reside numa “estagflação” que afeta diretamente os países periféricos, notadamente os africanos, onde a alta dos preços dos alimentos está atingindo níveis inimagináveis para um mundo onde a produção destes bens já é capaz de satisfazer mais do dobro da população da terra. Mas quem manda no sistema não são as necessidades humanas e sim os interesses de grandes monopólios e oligopólios com grande taxa de retorno financeiro proveniente – também – da própria especulação sobre o mercado de futuros de commodities, entre eles o trigo. Daí países da África do Norte (incluindo Tunísia e Egito) estarem diante de protestos populares que estão colocando em xeque governos submissos aos interesses do imperialismo: nesses países em menos de seis meses o preço de produtos alimentícios básicos teve alta média de 30%!!!

Será que essa reunião em Davos terá capacidade de enfrentar contradições estruturais de tamanha monta sem colocar em jogo a própria razão de existir do capitalismo? Será que encontrarão fórmulas mágicas para conter o avanço da extrema-direita na Europa e nos Estados Unidos? Evidente que não. A lógica do labirinto se torna uma realidade tão objetiva que a “luz no fim do túnel” não está numa “reunião de ricos e especuladores” como a de Davos. Da mesma forma que as soluções para nossos problemas não está, no Brasil, sob a forma de "combate à inflação" e o empreendimento de "erradicar a pobreza extrema" elevando juros e cortando gastos e investimentos.

Enquanto isso, aumenta a resistência dos povos nos protestos de trabalhadores na Europa, nas ruas do Cairo, de Túnis e nas crescentes medidas de proteção econômica, incentivos fiscais e monetários às empresas nacionais e controle sob o fluxo de capitais encetada por países - dentre vários exemplos - como a Tailândia, Cingapura, Coreia do Sul e, mais recentemente, na outrora ultraliberal Turquia.


Renato Rabelo é Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

fonte: http://renatorabelobr.blogspot.com/

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

13º CONEB da UNE convoca a Jornada de Lutas 2011


Ato da UNE e UBES reuniu milhares de estudantes no Maracanãzinho; estudantes das escolas e universidades brasileiras foram chamados a lutar pelas principais bandeiras do movimento estudantil no Plano Nacional de Educação (PNE): 10% do PIB e 50% do fundo do pré-sal para a Educação



Na manhã da última segunda-feira (17), a UNE e a UBES convocaram oficialmente os estudantes a mobilizarem cada aluno de suas escolas e universidades a participarem da Jornada de Lutas 2011. Durante uma semana no mês de março, jovens de todos os estados devem sair às ruas, em atos e manifestações, chamando a atenção da sociedade e do governo sobre as reivindicações do movimento estudantil. 

Nesta edição da Jornada de Lutas das entidades estudantis, o Plano Nacional de Educação (PNE) centraliza os debates, especialmente no que se refere ao financiamento. Com o slogan "Por um PNE que esteja a serviço do Brasil", a mobilização estudantil "vai exigir que 10% do PIB nacional sejam investidos em Educação, assim como 50% do Fundo Social do Pré-sal", disse o presidente da UNE, Augusto Chagas.


Sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), cujas diretrizes foram elaboradas em 2010 pelo movimento educacional durante conferência, foram aprovadas resoluções que são emendas para alterar a proposta final apresentada pelo MEC ao Congresso. Entre elas, há duas questões que se destacam: a demanda de que a meta de investimento em educação seja de 10% do PIB e a batalha por 50% do Fundo Social do pré-sal para Educação. Quanto a esta pauta, Augusto convocou: "Essa luta não se finda com o veto do presidente Lula. Vamos lutar pela derrubada do veto e, também, pela incorporação dessa bandeira no texto do PNE".

Ato político

Tais bandeiras arrastarão multidões de estudantes no próximo mês de março. O ato reuniu entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Parlamentares, também prestigiaram o ato, que lotou o ginásio. Estavam presentes na mesa os deputados Paulo Rubem (PDT-PE), Fátima Bezerra (PT-RN), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), além dos senadores que constantemente defendem os interesses dos estudantes no parlamento: Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Fátima Cleide (PT-RO), Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Por Sandra Cruz


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Movimento Estudantil de Pernambuco paralisa Centro do Recife

O dia de hoje, foi marcado por uma intensa mobilização estudantil no centro do Recife. Estudantes de todos os cantos da região metropolitana invadiram as ruas para protestar contra o aumento das passagens de ônibus.

Com o reajuste, o Recife passa a ser a cidade do Brasil com a tarifa mais cara. O anel "A" passou de R$ 1,85 para R$ 2,00. Já o anel "B" pulou de 2,80 para R$ 3,10. Um aumento de 8,66%.

Diante da negativa do Consórcio Grande Recife de Transportes de escutar os segmentos sociais, o Movimento Estudantil organizou, através de suas entidades representativas, um ato que parou o centro do Recife. A concentração foi na rua do Hospício, em frente ao Ginásio Pernambucano. Os estudantes seguiram em passeata rumo a Avenida Conde da Boa Vista. Lá, os estudantes pararam o trânsito por cerca de 20 minutos e seguiram em direção a Rua da Aurora, onde mais uma vez o trânsito foi paralisado. Durante a passeata vários estudantes aderiram ao movimento, além de trabalhadores de jovens que esperavam os ônibus.
Estudantes em frente a sede da Grande Recife
 A passeata prosseguiu até a sede do Consórcio Grande Recife de Transportes, onde os estudantes paralisaram o trânsito na Avenida Sul por cerca de uma hora, liberando apenas até que uma comissão de estudantes fosse recebida pela Presidenta em exercício do Consórcio Taciana Ferreira. Após receber os estudantes, o trânsito foi liberado.

Um fato curioso aconteceu no Terminal Cais de Santa Rita. Sem nenhum ônibus nas paradas, filas imensas foram formadas. Ao invés de descontentamento com o movimento feito pelos estudantes, os usuários dos ônibus avaliavam bem a iniciativa e denunciavam o aumento abusivo. O aumento foi por inteiro no bolso dos trabalhadores, que a unica coisa que aumenta em seu orçamento são as DESPESAS!

Longas filas no Terminal Cais de Santa Rita
Os estudantes de Pernambuco querem mais qualidade nos transportes públicos e auditoria nas contas das empresas de transporte! E PASSE LIVRE para todos os estudantes de Pernambuco!

Nessa luta estão a UNE, UBES, UEP, UMES, além de DCE's, DA's e Grêmios.