sábado, 31 de dezembro de 2011

Fim de um ano cheio de lutas e conquistas!

Com a chegada do final do ano, temos a mania de olhar pra trás, para tentar mensurar todas as experiências vividas, as batalhas enfrentadas, as metas conquistadas e as perspectivas do próximo ano. Sem sobra, nem dúvidas, 2011 foi um ano intenso e com grandes desafios. 


Esse ano, a juventude deixou a clandestinidade no Brasil e passou a existir perante nossa Constituição. A PEC da Juventude foi aprovada, fruto de muitos debates e constante pressão social. Direitos foram garantidos aos jovens, mas ainda existe um abismo enorme entre a lei e a difícil realidade encarada cotidianamente.

No mês de março, o Brasil parou. Uma intensa jornada de lutas das entidades estudantis pautou as principais reivindicações da classe estudantil brasileira. No centro da disputa estava o Plano Nacional de Educação (PNE), que vai traçar as metas da educação brasileira para os próximos 10 anos. Os estudantes demarcaram seu espaço e lutaram por mais investimentos. A luta por 10% do PIB investidos em educação, foi a pauta que unificou o movimento social brasileiro.

2011 foi o ano da UNE e da UBES. As históricas entidades do movimento social brasileiro realizaram os maiores e mais representativos congressos de suas histórias. Vale apena acrescentar os Congressos da UMES (União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas) e da UEP - Cândido Pinto que contribuíram para a ampla participação dos pernambucanos nesses fóruns. Debates intensos e manifestações de rua marcaram o ano do movimento estudantil brasileiro, que está unificado em defesa do desenvolvimento soberano, com educação de qualidade e distribuição de renda.

O ano de 2012 vem ai e com ele desafios do tamanho da coragem da nossa juventude. Somos hoje a 6ª maior economia do mundo, mas continuamos com os mesmo índices de analfabetismo, pobreza e educação precária de 10 anos atrás. Muita coisa mudou, é fato, mas não podemos perder o momento que hoje o Brasil vive. Franco crescimento econômico, potencial energético diversificado e uma população jovem e determinada. Essa é a década do Brasil. Quem venha 2012, que venha a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Seremos referência internacional. Não mais pela violência ou pelo samba. Seremos referência porque acabaremos com a miséria e construiremos um país justo, soberano e desenvolvido.


Feliz ano novo a todos!


#BlogdoMago  vai voltar em 2012 bombando!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Nem todo mundo tem natal..



O problema do natal é o sistema! Infelizmente nessa data nem todos são felizes..

Feliz Natal! Um dia todos poderão comemorar essa data!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Blog do Mago no vestibular seriado da Universidade de Pernambuco (UPE)

Nada melhor para comemorar a marca de 15.000 acessos, do que uma grata surpresa que tive na última semana. Logo após voltar do congresso da UBES usei a internet para me atualizar nas redes sociais e vi que o Blog do Mago tinha sido usado como fonte para uma questão do vestibular seriado da UPE. E o melhor de tudo, a questão perguntava ao estudante que tipo de movimento era representado na foto (que mostra uma bandeira da UJS), progressista, claro!


Gostaria de agradecer a todos que seguem e leem o Blog do Mago cotidianamente ou quando dá! Sem a força de vocês isso seria impossível! A luta por uma mídia livre e democrática passa por aqui! Estarei sempre lutando!

Boas Festas!


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

UBES toma posse no acampamento do #OcupeBrasilia


Nova presidente da entidade, Manuela Braga já lidera um dos principais movimentos em defesa da educação já realizados no país

Quinta-feira (8/12), terceiro dia de acampamento do movimento #OcupeBrasilia, e o sol continua forte em frente ao Congresso Nacional. Tubos de protetor solar são compartilhados entre todos, mas o calor seco não chega a ser problema para quem está fazendo história no gramado da Esplanada dos Ministérios. A disposição dos mais de 250 jovens, de 24 estados diferentes, permanece a mesma e se renova a cada momento com apoios de moradores, parlamentares e movimentos sociais.

Logo pela manhã, senadores, deputados e representantes do ministério da Educação passaram pela ocupação e participaram da posse da nova diretoria da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Agora, quem assume a condução da entidade é uma mulher de 19 anos, Manuela Braga, estudante de Saneamento Ambiental do Instituto Federal de Pernambuco.

Manuela foi eleita no último domingo (4/12) durante o 39º Congresso da UBES realizado em São Paulo, há apenas quatro dias, mas já lidera um dos mais importantes movimentos de mobilização estudantil já realizados no Brasil em defesa da educação. Foi após o 39º Conubes que boa parte das caravanas de estudantes rumaram sentido à capital federal. “Nosso acampamento teve início vitorioso. Logo no primeiro dia, foi aprovada, na Comissão de Educação do Senado, a destinação de 50% do Fundo Social do pré-sal para o setor. Isso foi uma grande vitória, e me orgulho de estar aqui lutando pelo Brasil”, avaliou a nova presidente.

Manu, como é carinhosamente chamada por todos, terá ao seu lado Daniel Iliescu, também eleito recentemente o novo presidente da UNE, entidade irmã dos secundaristas. “A Manu já chega como uma liderança do acampamento e tenho a certeza de que juntos vamos dar continuidade a gestão do Yann, que foi vitoriosa para todos os jovens do Brasil. Quero dar as boas vindas a essa guerreira pernambucana e desejar boa sorte para as duas entidades nos próximos dois anos. Vamos a luta!”, brindou Iliescu, abrindo oficialmente a cerimônia de posse.

A Defesa por uma Educação do tamanho do Brasil continua

Quem se despede da UBES é Yann Evanovick, amazonense que nos últimos dois anos liderou os estudantes secundaristas e ganhou o respeito e admiração de figuras como a presidente do Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman, e a deputada federal Fátima Bezerra (PT-RN), presidente da Comissão de Educação da Câmara.


“Vim aqui hoje desejar boa sorte para a Manuela, mas não posso esquecer do Yann, que foi sempre uma pessoa do diálogo e preocupada com a qualidade da educação no Brasil. Temos uma luta em torno do fim do vestibular e conto com a UBES para travarmos essa batalha”, pontuou Tuttman.

Já Fátima Bezerra, que havia na quarta-feira a noite feito uma visita ao acampamento, fez questão de retornar para prestigiar a posse da UBES. “Yann foi um guerreiro, um lutador”, disse, e lembrou a famosa música de Geraldo Vandré para convocar a estudantada a “não esperar acontecer” e fazer “a hora do PNE, a hora de de lutar por uma educação do tamanho do Brasil”.

Parlamentares exaltam a luta da entidade no #OcupeBrasilia

Uma das falas mais aplaudidas foi a do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), parlamentar mais jovem da Casa e ex-militante do movimento estudantil. Tendo participado da UNE e da UBES, ele homenageou Honestino Guimarães e lembrou a história de lutas das entidades contra ditaduras e nas mobilizações pelas “Diretas Já!” e no “Fora Collor”. Hoje, Randolfe encabeça uma das principais bandeiras dos jovens brasileiros, a aprovação do texto Estatuto da Juventude, que contemple a meia entrada como direito dos estudantes. Ele é o relator da matéria no Senado.

“Fui da situação e da oposição no movimento estudantil, mas nunca cai no canto da sereia daqueles que quiseram dividir as entidades. Por isso, se depender do meu mandato e pela minha vontade eu vou colocar em votação na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça o Estatuto da Juventude e o meu texto irá constar a meia entrada exclusiva parta os estudantes”, garantiu.

Outros dois representante do Senado presentes à posse demostraram que a pressão do #OcupeBrasilia em defesa de mais investimentos para a educação já deram resultado. Inácio Arruda (PcdoB-CE) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) são, respectivamente, autor e relator do Projeto de Lei do Senado (PLS138/2011), que estabelece que 50% do fundo social do Pré-sal seja destinado para a educação. Na versão aprovada pela Comissão de Educação do Senado, desses 50%, no mínimo 70% terão de ser destinados à educação básica; 20% para a educação superior; e 10% para ciência e tecnologia.

Inácio lembrou da ultima mobilização da UNE e da UBES em Brasília no dia 31 de agosto contra o aumento dos juros em frente ao Banco Central na capital federal. Na ocasião, o senador lavou a porta do BC ao lado dos estudantes. “O país está crescendo, mas é preciso crescer mais e colocar o dinheiro aqui. Os juros no Brasil são escandalosos e crimininoso”, protestou, defendendo ainda uma maior valorização dos professores e um escola em tempo integral. “A campanha pelo Pré-sal faz lembrar a campanha do Petróleo é Nosso, vamos em frente porque só a juventude pode conquistar essa vitória”, convocou.

Quem também falou sobre a importância da UBES se colocar à frente na luta por um ensino integral foi o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), que destacou a unidade dos movimentos sociais como elemento pontual para a disputa da pauta nacional.

Os deputados Daniel Almeida (PcdoB-BA) e Ivan Valente (PSOL-SP) relembraram a resistência do movimento estudantil ao longo de todos esses anos e disseram que não existe nenhum momento da história brasileira que os estudantes não estiveram lá presentes para defender o país. Ivan contou que foi companheiro de Honestino Guimarães quando ambos combateram a ditadura na clandestinidade. “Me encontrei com ele no Rio de Janeiro e quero aqui fazer uma grande homenagem ao grande líder que ele foi”, lembrou. Honestino foi morto pela ditadura militar e é desaparecido político até os dias de hoje.

Ivan Valente, que acompanhou a apresentação do texto substitutivo do Plano Nacional de Educação, feita na terça-feira na Câmara, disse que os estudantes não podem aceitar menos de 10% do PIB para a educação. “Isso não é um número cabalístico”, brincou. “Ainda são 60 milhões de analfabetos, a maioria das crianças do país não estão em creches, não chegamos a 50% de presença no ensino médio. Além disso, o salário dos professores é baixo e a qualidade do ensino também. Se não investirmos forte em educação, continuaremos a patinar com os piores indicadores educacionais do planeta”, criticou


Seu companheiro de legenda, Chico Alencar (PSOL-RJ), relatou para os acampados as viagens que fez para os país onde estão ocorrendo protestos como os da praça Tahrir, em Cairo, no Egito e da praça de Madri, em Barcelona, na Espanha. “Em todos esses lugares e muitos outros, quem está mobilizando e mudando os rumos do mundo são os jovens”, provocou, dizendo que o #OcupeBrasilia traz também muitos pontos em comum com esses outros movimento que pipocam pelo mundo. “Em todos eles e aqui também existe a negação do sistema em sua essência”, finalizou.

Rafael Minoro para www.une.org.br

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Comissão aprova os 50% do fundo social do Pré-sal para Educação, Ciência e Tecnologia


UNE, UBES, ANPG, junto com centenas de estudantes de todo o Brasil, comemoram primeira vitória do #OcupeBrasilia

Com a presença de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) aprovou nesta terça-feira (6), por unanimidade, o PLS 138/11 , projeto de lei que destina às áreas de educação e de ciência e tecnologia metade dos recursos do Fundo Social. Criado no final do ano passado, o Fundo Social tem entre as suas principais fontes de receita os recursos do petróleo retirado da camada pré-sal.

Texto que havia sido aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura determina um mínimo de 50% dos recursos do Fundo Social para programas e projetos de desenvolvimento da educação pública (básica e superior). Mas emenda apresentada pelo relator na CE, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), incluiu ainda a área de ciência e tecnologia. Na versão aprovada pela CE, desses 50%, no mínimo 70% terão de ser destinados à educação básica; 20% para a educação superior; e 10% para ciência e tecnologia.

Essa pode ser considerada a primeira vitória o movimento, organizado pela UNE, UBES e ANPG, chamado #OcupeBrasília. Desde a manhã de hoje, 6 de dezembro, mais de 200 jovens, de diferentes estados do Brasil, estão acampados na capital federal, no gramado em frente ao Congresso Nacional com o objetivo de acompanhar a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) e reivindicar a sua votação ainda este ano, com a aprovação de uma meta de investimento público da educação em 10% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Segundo Antonio Carlos Valadares, a destinação de recursos mais expressivos para a educação é coerente com as metas fixadas pelo Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional. Dentre elas estão: ampliar o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de sete por cento do produto interno bruto (PIB) do País e universalizar o acesso à educação.

O autor do projeto, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), lembra que a destinação de metade do Fundo Social à educação já estava prevista na lei que o criou, mas acabou vetada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Toda inspiração da criação da do Fundo Social do Pré-sal estava vinculado quase que unicamente à educação. Se conseguirmos 50% para educação e ciência e tecnologia nós ajudamos todas as outras áreas – disse Inácio Arruda.

Já o senador Wellington Dias elogiou a iniciativa e se posicionou favorável à proposta, mas alegou que os percentuais sugeridos talvez sejam revistos pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o projeto será votado em decisão terminativa.

- Estamos falando aqui de metade de US$ 1,5 trilhão para a educação. Não precisa desses recursos, por maiores que sejam as despesas, só para a educação. É um montante considerado muito elevado – disse o parlamentar.

Da Redação (www.une.org.br), com informações da Agência Senado

6 de dezembro de 2011, ocupamos Brasília!


O concreto da Esplanada dos Ministérios ganhou tom diferente nesta terça-feira; mais de 100 barracas estão agora fincadas na terra vermelha em frente ao Congresso Nacional

“Ocupamos este trecho do Planalto Central em um momento decisivo para as nossas vidas e as dos próximos que virão, com a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) e a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude [...] Ocupamos este trecho da capital federal para impedir o retrocesso injustificável que se desenhará se o PNE não for aprovado ainda este ano. O Brasil precisa de 10% do Produto Interno Bruto aplicados, exclusivamente, na educação pública, escolas e professores do país”.

O manifesto de convocação do #OcupeBrasília, do qual trechos podem ser lidos acima e as íntegra aqui, começou a ser distribuído logo pela manhã desta terça-feira (6/12), via redes sociais da internet. Ao mesmo tempo, na capital federal, cerca de 250 estudantes de 24 estados do Brasil tomavam a Esplanada dos Ministérios e fizeram o movimento alcançar o famoso e disputado “trends topics” do twitter.

UNE, UBES, ANPG e cada jovem que pintou a cara no sol forte e seco do planalto central, ou cada internauta que mandou sua mensagem de apoio, faziam história a partir daquele momento. A uma quadra do Congresso Nacional, os estudantes armaram acampamento com o objetivo de acompanhar a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) e reivindicar a sua votação ainda este ano, com a aprovação de uma meta de investimento público da educação em 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Mais dois ônibus são aguardados para incorporar a ocupação, um vindo das Minas, de Uberlândia e Uberaba, e outro da vizinha Goiânia. Nesta quarta são esperados ainda estudantes da Universidade de Brasília e escolas da região.

Além de chamar a atenção da imprensa do lado de fora com a inusitada cena das barracas, o movimento também reverberou dentro do Congresso Nacional, fazendo pressão pelos 10 % do PIB para a educação. No momento da leitura do parecer do relator Angelo Vanhoni sobre o PNE, cerca de 50 estudantes, mesmo depois de viajarem horas até Brasília, acompanharam a audiência no Plenário 10 da Câmara.

Para as entidades estudantis, o percentual de 8% apresentado por Vanhoni é insuficiente e não garante os avanços necessários para financiar com qualidade a educação no Brasil. Nesta quarta-feira, os estudantes vão se reunir com Vanhoni e a deputada Fatima Bezerra, presidente da Comissão de Educação da Câmara, para discutir e analisar todos as mudanças feitas no PNE.

NOSSA VITÓRIA NÃO SERÁ POR ACIDENTE

A pressão do estudantes acampados, no entanto, já colhe frutos da mobilização. A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) aprovou na terça-feira pela manhã, por unanimidade, o PLS 138/11, de autoria do senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que destina às áreas de educação e de ciência e tecnologia metade dos recursos do Fundo Social do Pré-sal. Criado no final do ano passado, o Fundo Social tem entre as suas principais fontes de receita os recursos do petróleo retirado da camada pré-sal do petróleo brasileiro.

O texto que havia sido aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura determina um mínimo de 50% dos recursos do Fundo Social para programas e projetos de desenvolvimento da educação pública (básica e superior). A emenda apresentada por Valadares incluiu ainda a área de ciência e tecnologia. Na versão aprovada pela CE, desses 50%, no mínimo 70% terão de ser destinados à educação básica; 20% para a educação superior; e 10% para ciência e tecnologia.

DEPUTADOS VISITAM ACAMPAMENTO

Legitimando o movimento, ao fim do dia o #OcupeBrasília recebeu a visita dos deputados federais Manuela d’Ávila, Luciana Santos, Assis Melo e Raul Henry. A representante da Contee, Adercia Bezerra, também levou solidariedade e apoio aos estudantes.

Manuela, que é ex-diretora da UNE, reviu amigos, tirou fotos com estudantes, conversou com os acampados e falou do momento histórico vivido por cada um deles. De frente para o o Congresso Nacional, frisou a importância de todos ali estarem à frente da casa do povo, “que precisa de ter o povo mais perto” e ressaltou a participação da juventude para mudar a cara do Brasil.


A deputada defendeu bandeiras como a destinação de 50% do fundo social do pré-sal para a educação e a meia entrada para estudantes. “O mundo se expressa da maneira mais maravilhosa a partir da cultura e da arte”, disse, sobre o fato do acesso à cultura provocar transformações, principalmente, nos jovens. E brincou: “Vocês irão passar aqui dias muito divertidos, porque a melhor parte de acampar não é só a luta. Aqui também é um espaço para ser jovem, ser feliz. Aqui tem gente que pensa como a gente, aqui tem gente que luta como a gente. Desejo um bom acampamento para todos”, disse a Manu, como é carinhosamente chamada pelos estudantes.

Mesmo não estando presente, a senadora Vanessa Graziottin e a ex-presidente da UNE, Lúcia Stumpf, mandaram recados para os estudantes acampados por meio do Twitter. “Bom dia TL! Mesmo distante (África do Sul, COP 17) quero registrar o meu apoio aos estudantes brasileiros que não fogem à luta @_une e @_ubes, Eles estão acampados deste de ontem na esplanada dos ministérios em defesa da meia entrada, 10% do PIB e 50% do pré Sal p/ educação…É O OCUPA BRASÍLIA!! Força Jovens podem contar com o nosso mandato @_une @_ubes”, postou a senadora Vanessa em seu microblog.

CIDADE DOS ESTUDANTES

No acampamento com mais de 100 barracas, todas as tarefas são organizadas por meio de comissões. Alimentação, limpeza, articulação política, tudo é dividido e todos os estudantes possuem uma função na cidade, que foi planejada de uma maneira criativa, como conta o “prefeito” da ocupação, o presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo, Alexandre ‘Cherno’ Silva: “Criamos bairros, ruas, avenidas e comissões para organizar o nosso acampamento que traz na sua essência a irreverência da nossa juventude”.


Os nomes dos grandes líderes do movimento estudantil e da história nacional figuram pelo espaço. Os jovens criaram no acampamento as avenidas Edson Luís e Honestino Guimarães, em homenagem aos estudantes mortos e desaparecidos na época da ditadura, o bairro Lampião e o estádio Sócrates, título escolhido para o campo de futebol. Já de uma forma bem humorada, os maranhenses construíram com 9 barracas a “Vila Sarneylândia”.

“Essa semana é decisiva para o movimento estudantil e a juventude. Hoje conquistamos, acompanhando de perto, a aprovação do 50% do fundo social do pré-sal para a educação e estamos firmes na discussão do Plano Nacional da Educação para aprovação dos 10% do PIB para a educação e a meia entrada para os estudantes em eventos culturais e esportivos. Esta ocupação está em consonância com o movimento pela luta da liberdade, tornando a juventude como a ponta de lança da transformação”, convoca o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

QUEM É QUEM NO #OCUPEBRASÍLIA

De diferentes estados, sotaques e costumes. Estes são os rostos que, pintados das cores da nação, constroem o momento histórico da juventude brasileira. Muitos estudantes estão fora de casa a uma semana e vieram para Brasília mobilizados após o 39º Congresso da UBES (Conubes), como a secundarista do estado do Pará, Laura Eli. “Ficarei aqui acampada o tempo que for necessário para a aprovação de todas as nossas pautas. Acredito na luta dos estudantes e quero contribuir representando o meu estado”, garante.

Bianca Innocenti, estudante secundarista de Santa Catarina, viajou cerca de 16 horas até São Paulo, para o Conubes. Depois de 3 dias participando do encontro, com diversos debates e a eleição da nova presidente da entidade, a estudante viajou mais 18 horas até a capital federal. “Estou aqui para ajudar a mudar a história do nosso país e fazer com que o movimento dos caras-pintadas volte novamente a transformar a nossa sociedade, desta vez com a luta pela conquista dos 10% do PIB para a educação”.

“PELADA DA MEIA”

Em uma brincadeira em tom irreverente, os jovens pretendem realizar todos os dias uma grande “pelada da meia”, na qual a única regra é estar vestido apenas de meia, sem chuteiras ou tênis. O jogo de futebol faz uma alusão à luta das entidades estudantis para garantir o direito à meia entrada para os estudantes nos jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Uma série de atividades culturais estão programadas para acontecer no #OcupeBrasília, entre elas shows de música, sessão de cinemas e saraus, organizados pelos próprios estudantes. De Santos, litoral de São Paulo, a juventude traz o tom na crítica usando como base o Hip Hop, enquanto os estudantes de Santa Catarina preparam para o encontro, cenas de teatro e contação de história. O CUCA do Rio de Janeiro realizará oficinas de circo, poesia e expressão corporal e uma grande gincana entre todos os estudantes, fechará a programação.

Rafael Minoro e Thatiane Ferrari para: www.une.org.br

Pernambucana Manuela Braga é nova presidenta da UBES


Terminou neste domingo (4/12) o 39º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que reuniu em São Paulo cerca de cinco mil estudantes do ensino fundamental, médio, profissionalizante e pré-vestibular de todos os estados do país. Os encontro começou na quinta-feira e os dois primeiros dias ocorreram no Expo Center Norte. Já a plenária final foi realizada no ginásio do Colégio Salesiano, em Santa Teresinha. Os jovens elegeram, como nova presidenta, a estudante pernambucana Manuela Braga, de 19 anos, aluna do curso técnico de Saneamento Ambiental no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).

Manuela, que vive no Recife e cujos pais vieram do interior, terá agora o desafio de percorrer as escolas de todo o país, conhecendo os problemas de cada grêmio e debatendo soluções para a educação brasileira. Ela é fã de música brasileira e literatura, já havia sido presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Recife (UMES) e líder do grêmio de sua escola. (Leia mais abaixo o perfil completo da nova presidente da UBES)

Participaram da votação 1.561 delegados, estudantes escolhidos em eleições realizadas em escolas de todo o país. A chapa que elegeu Manuela, “Movimento estudantil unificado pelas mudanças do Brasil”, teve 1.288 votos, correspondendo a 82,5% do total. O outro candidato à presidente da UBES foi Gladson Reis, de Belo Horizonte, representando a chapa “Rebele-se: A UBES é para lutar”, que teve 273 votos, 17,5% do total.

Considerado o mais importante encontro do movimento estudantil brasileiro, ao lado do Congresso da UNE, o Congresso da UBES definiu os rumos do movimento estudantil secundarista para os próximos dois anos. Com o tema “Todos juntos por uma educação do tamanho do Brasil”, o encontro serviu também para convocar a manifestação #OcupeBrasília, um acampamento dos jovens na Esplanada dos Ministérios, a partir dessa segunda-feira (5), em defesa da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) com 10% do PIB investidos nesse setor.

MACABÉA ÀS AVESSAS: DO NORDESTE PARA OS HOLOFOTES

A estudante Manuela Braga, de 19 anos, aluna do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE), diz que sempre esteve entre as mais estudiosas na escola: “Não consigo não estudar”, revela, rejeitando porém o rótulo de nerd ou cabeçuda. A partir de agora, terá de conciliar as aulas, livros e provas do curso de Saneamento Ambiental com a grandiosa missão de representar todos os milhões de estudantes brasileiros do ensino fundamental, médio, técnico e pré-vestibular como nova presidenta da sexagenária União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

Ao que parece, não será fácil. Nos bastidores do Congresso que a elegeu, visivelmente emocionada, deixa escapar que está com a cabeça, também, nas aulas de biotecnologia. Na verdade, facilidade não é a regra na história de vida dessa jovem nordestina, cuja mãe veio da pequena Nazaré, no interior do Piauí, e o pai de Vicência, no sertão pernambucano. Os dois se mudaram para o Recife nos anos 80, ela como babá e ele como vendedor de marmitas. Hoje, observam o progresso da filha, entre os livros e a militância. Participante da União da Juventude Socialista (UJS), antes de se tornar presidenta da UBES, ela presidiu também a União Metropolitana de Estudantes Secundaristas do Recife e foi líder do grêmio de sua escola técnica.

Comunicativa e animada, Manuela é fã de forró, MPB e até funk carioca, guarda carinho também pelo teatro e pelo cinema. Na literatura, seu livro favorito é “A Hora da Estrela”, cânone de Clarice Lispector. Curiosamente, o romance conta a vida de outra jovem nordestina, Macabéa, com origens familiares pobres nos rincões do Brasil. No entanto, ao contrário da personagem lispectoriana, cuja triste trajetória é marcada pela exclusão social, pela opressão e o esquecimento no sudeste, Manuela ganha o centro das atenções no debate público do país, tendo muito a falar e disposta a mudar a realidade:

“Sempre me incomodei em conhecer estudantes pobres que não assistiam aula por não ter dinheiro para o transporte, sempre me incomodei em conhecer alunos do turno da noite que não possuíam dinheiro para a alimentação. Essa ainda é a realidade de muitos, não somente no nordeste, mas em todo o país”, afirma. Como principais objetivos de sua gestão Manuela elenca a ampliação do ensino técnico e de projetos como o Pronatec, a reforma do ensino médio aliando a educação propedêutica à aprendizagem profisisonal, o aumento de investimentos na escola pública, a conquista federal da meia-entrada e do passe-livre para estudantes de todos os estados e o fortalecimento das políticas públicas para a juventude no país.

Além disso, espera ver o movimento estudantil secundarista ainda mais antenado com outras pautas como o meio ambiente, assunto que gosta e domina, e o preconceito contra as mulheres. “Conheço muitas meninas, dentro das escolas desse país, que têm sonhos, inteligência e muita capacidade de participar dos grêmios, da UBES, mas sofrem preconceitos e repressão de todos os tipos. São mal vistas pelos colegas, pela família, pela sociedade que não compreende uma mulher nova e livre, com participação política, poder e voz. Isso precisa mudar”, enfatiza, em um tom que soa como um convite a todas as potenciais jovens Macabéas do Brasil a se tornarem protagonistas na mudança do roteiro de suas vidas e da nação.



Artênius Daniel e Rafael Minoro para o Blog da UBES

Congresso da UBES discute as novas diretrizes do Ensino Médio


Estudantes se reuniram com representantes do movimento de professores e do Conselho Nacional de Educação

No país em que a população de 15 a 17 anos soma 10, 3 milhões, apenas 50% destes estão matriculados no ensino médio, dado impactante que foi colocado em debate nesta sexta-feira (2/12) no 39º Congresso da UBES que aconteceu em São Paulo no Expo Center Norte.

A mesa, que reuniu cerca de 200 estudantes, foi composta por José Fernandes, professor e conselheiro do Conselho Nacional de Educação; Neuza Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps); Douglas Izzo do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), e os diretores da UBES de Santa Catarina, Anderson Oliveira, e do Ceará, Renata Beatriz.

Em discussão esteve a formulação de novas alternativas para o ensino médio do país. As propostas para essa reforma estão no documento redigido pelo Conselho Nacional de Educação, que será apresentado às escolas no próximo ano, sem nenhuma obrigatoriedade, cabendo à cada escola sua aplicação, como afirma o conselheiro José Fernandes:

“O que precisamos é levar esses debates às escolas, assim teremos a revolução e a mudança do ensino médio, sua melhoria se dará através da definição de sua identidade e finalidade. Entendemos que o ensino médio deve preparar os jovens para continuidade seus estudos, o mundo do trabalho, cidadania a vida dos estudantes”

Bandeiras de lutas e conquistas da UBES, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), estiveram na pauta. O professor Douglas Izzo pontuou essas questões: “Um ensino público e de qualidade só será possível quando as escolas tiverem aporte para receber os estudantes. Por isso, nós defendemos 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação”.

A VOZ E A VEZ DOS ESTUDANTES

Os 120 estudantes que participaram do debate apresentaram as necessidades de mudança na realidade das 12 mil escolas representadas pelo 39º Conubes e falaram em nome de seus estados.

“Para haver essa reforma, precisamos de professores qualificados e escolas bem estruturadas. Os professores precisam saber o que será feito, ter preparação em suas universidades. Somente com investimento na qualificação dos nossos professores e laboratórios poderemos melhorar as escolas do país”, disse Andressa do Rio Grande do Sul. Palavras de ordem como “professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”, acompanharam as falas dos estudantes.

As novas diretrizes do ensino médio deverão ser acompanhadas de perto pela próxima gestão da UBES, na construção de uma escola mais acessível, com qualidade e capaz de transformar toda a sociedade brasileira.

Suevelin Cinti para o Blog da UBES

Democracia e Pluralidade marcam a Plenária Final do 39° CONUBES


Estudantes das diversas forças políticas que compõem a UBES apresentaram suas propostas e aprovaram proposta de conjuntura e resoluções que servirão de diretrizes para o movimento secundarista

Dando continuidade ao congresso que reúne os secundaristas dos quatro cantos do Brasil, na tarde deste sábado (3), aconteceu a Plenária Final do 39º Congresso da UBES (Conubes), que mais uma vez, afirmou a unidade democrática da entidade. Com muita irreverência, 5 mil estudantes ocuparam o ginásio do Colégio Salesiano Santa Teresinha, zona norte de São Paulo. Na ocasião, foram votadas as conjunturas e resoluções que nortearão a UBES nos próximos anos.

Com muitas palmas, a apresentação do vídeo de homenagem aos 30 anos de reconstrução da UBES após a ditadura militar, marcou a abertura da plenária final. Depois de participarem dos grupos de debate que aconteceram durante o Conubes, os estudantes de diversas forças políticas, apresentaram suas resoluções com sugestões e perspectivas para atuação do movimento secundarista.

Jovens como Lucimar Eleutério, 18, do Mato Grosso do Sul, veio ao Conubes pela primeira vez, e afirma que com essa organização da UBES as mudanças serão possíveis na educação do nosso país: “O que mais me chamou atenção foi a discussão política limpa que podemos realizar aqui, e sem dúvidas, daqui há dois anos, viremos aqui novamente e veremos as melhorias e reais mudanças que conquistamos com as nossas lutas”, afirmou.

APROVAÇÃO E VOTO SÃO DOS ESTUDANTES

Depois de lidas, as conjunturas e resoluções embasadas em discussões que os secundaristas tiveram nos grupos de debates e em todo o congresso, eles também tiveram a vez de falar e fazer seus apontamentos às propostas apresentadas. Entre os principais pontos, esteve a Jornada de Lutas de 2012 na defesa por investimentos de 10% do PIB para educação e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação; meia-entrada estudantil, especialmente na Copa do Mundo de 2014; baixa dos juros; defesa dos direitos do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), e a convocação do #OcupeBrasília que acontece na próxima semana.

As arquibancadas, tomadas pela disposição e engajamento político dos jovens, vibrava a cada fala dos jovens que representavam as delegações. Mais barulho e palavras de ordem tomaram conta do ginásio quando os delegados eleitos, em nome de seus estados e escolas, votaram nas resoluções de Educação e Movimento Estudantil, além de aprovarem, por aclamação, a proposta de conjuntura.

Segundo o presidente da UBES, Yann Evanovick, a pluralidade de ideias mais uma vez se fez presente no Conubes: “O 39° Congresso da UBES demosntrou a democracia interna que existe no movimento secundarista, que além de promover o diálogo entre as diferentes forças políticas, também permite a livre expressão dos estudantes que não pertencem à nenhuma força”, disse o amazonense que estará hoje (4) na 2ª Plenária Final do Conubes, agora elegendo a nova diretoria da entidade.

LEIA AQUI OS DOCUMENTOS APROVADOS NO 39° CONUBES:

CONJUNTURA
PROPOSTAS CONSENSUAIS
MOVIMENTO ESTUDANTIL
EDUCAÇÃO

Fonte: http://ubescomunica.wordpress.com