segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pra debater: Mobilidade Urbana - O desafio da década

O Brasil é o país das Américas que mais cresce. Seu desenvolvimento, estacando pelo neoliberalismo durante 2 décadas, fez com que, após a mudança do poder político para as mãos de forças progressistas, experimentássemos uma experiência única crescimento econômico. Mas, durante essas décadas, imperava aqui a falta de planejamento e a desnacionalização de setores estratégicos. Hoje somos uma grande potência, mas temos grandes entraves. Um deles é a precária e a verdadeira ausência de Mobilidade Urbana.

Av. Agamenon Magalhães, importante via que liga a zona
norte a zona sul da Região Metropolitana do Recife
Existe um consenso hoje em nossa sociedade, "do jeito que está, não dá!". É o que se escuta em todo território nacional. A falta de Mobilidade Urbana afeta a vida de grande parte da nossa população. Temos centros urbanos intransitáveis, com pouco investimento em transporte público (que é precário e caro). O trabalhador perde em média 3 horas ou mais (diariamente) para se deslocar de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Tornando sua jornada de trabalho mais longa e cansativa e afetando diretamente sua produtividade.

É obvio que não estamos tratando de um assunto simples. Para dar solução ao problema da mobilidade urbana, é necessário muito debate entre a sociedade e a intervenção concreta do poder público. Para solucionar um problema dessa magnitude, é necessário muito mais do que dinheiro. É preciso muita vontade política dos nossos governantes, que necessitam olhar para o problema com visão estratégica e continua que pense não apenas nas partes, mas em todo o sistema.

Avenida Norte parada durante a noite
Pretendo aqui, levantar alguns pontos que acho importante para fazer com que o sistema funcione. O mais importante deles é o nosso atual sistema de transporte público, que privilegia as empresas privadas, que não são nem licitadas e agem livremente sem nenhum (ou pouca) regulamentação estatal. Precisamos de uma maior participação do estado nesse ponto. Nosso transporte público precisa ser de qualidade, com custo justo e com controle. Qualidade significa ser confortável, climatizado e com frequência que dê conta da demanda; Com custo justo que faça integrações a outros ônibus e mesmo ao metrô, sem que seja necessário pagar várias passagens; E com controle que fiscalize a oferta de ônibus e regulamente as empresas privadas.

Além disso, nosso transporte público precisa ter velocidade e faixas exclusivas. Devemos implementar um novo sistema de bilhetagem que não atrase as viagens. Hoje, os ônibus param vários minutos, apenas para que os passageiros passem a catraca. Para consolidar todas essas iniciativas, o governo precisa investir no transporte público. Esse investimento pode ser através de subsídios e de concorrência estatal. As empresas privadas precisam passar por licitações e cumprir regras claras e objetivas.

Em paralelo a isso, precisamos de iniciativas que desestimulem o uso do carro. Com a construção de ciclovias e serviços de aluguel de bicicletas (como o exemplo do BikeRio, no Rio de Janeiro). Estacionamentos em nas estações de metrô, nos terminais de integração e nas "alimentadoras". Valorização das calçadas nas grandes vias, como a Agamenon Magalhães, Conde da Boa Vista, Avenida Norte, etc. Descentralização comercial, com a construção de novas áreas com shoppings, super mercados, centros comerciais e órgãos públicos.

Nem os viadutos escapam dos engarrafamentos
Mas algumas medidas enérgicas podem ajudar a enfrentar o problemas dos grandes centros, como a cobrança de "pedágios" para carros que entram no centro da cidade e a disponibilização de circulares mais baratos e com maior frequência para se deslocar com facilidade. Não precisamos construir apenas vias de carros, temos é que investir fortemente no transporte público. Com um forte sistema interligado entre a Garagem, os Terminais,  as Alimentadoras, o Metrô, com oferta de Circulares e vias exclusivas para os transportes públicos.

Para tudo isso se concretizar, será necessário muito investimento público. Transportes de qualidade, com baixo custo e com controle só será realidade após uma mudança no financiamento do setor. Hoje em dia, o governo federal subsidia 80% do metrô, que é muito eficiente e tem as menores tarifas. Tomemos esse como um exemplo a ser seguido.

Esse assunto é complexo e demanda muito debate, arregacemos as mangas e vamos a luta! Temos o direito de nos expressar e também de nos locomovermos!

Firme na luta!

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